segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Mulheres na história: Lou Andreas-Salomé


Eu sempre fui muito fissurada por antiguidades e histórias onde o mistério e o amor se fizessem presentes, principalmente se tratando de uma romântica incorrigível e amante da vida e de um homem muito conhecido e pleno intelectualmente.

Louise von Salomé, conhecida como Lou Andreas-Salomé, nasceu em São Petersburgo, na Rússia, em 1861. Conhecida por desconstruir padrões e quebrar regras morais, Lou se tornou uma intelectual reconhecida até os dias de hoje, suas obras e alguns de seus escritos são um mistério pra muitos - inclusive pra mim. E não deixa de ser mistério, também, o seu suposto affair com Nietzsche, um grande filósofo, crítico cultural, filólogo, poeta e compositor alemão do século XIX.
Ela era a única filha de cinco irmãos e, aos 17 anos, pediu ao pastor holandês Hendrik Gillot pra lhe ensinar teologia, filosofia, as religiões e a literatura francesa e alemã. Hendrik se apaixonou por Lou e planejava se divorciar com a esposa e se casar com ela. Ele era 25 anos mais velho que Lou. Na mesma época, ela e sua mãe fugiram pra Zurique, pra que ela pudesse ter, enfim, uma formação na universidade. Mais tarde, a mãe de Lou a levou pra Roma quando ela tinha apenas 21 anos de idade, e, em um salão literário, Salomé conheceu Paul Ludwig Carl Heinrich Reé, ou simplesmente Paul Rée, autor e filósofo alemão - amigo de Friedrich Nietzsche, inclusive - com quem manteve uma parceria. Em 1882, Nietzsche se uniu aos dois, mas, algum tempo depois, esse tipo de nó foi logo desatado: Lou acreditava que Nietzsche fosse apaixonado por ela e, por isso, se afastou dele. O mesmo a pediu em casamento e seu pedido foi recusado. Ele era portador de um distúrbio mental, provavelmente causado pela sífilis. Dizem que um dos motivos do agravo da doença foi o amor não correspondido por Salomé.

Antes de se casar, Salomé e Rée viajaram pra Berlim e, apesar de sua oposição ao casamento, Lou e Andreas - estudioso com o qual casou anos mais tarde - ficaram casados até a morte dele, em 1930. Ela trocou cartas com o jornalista alemão Georg Lededour onde escrevia sobre memória analítica. Aos 74 anos, Lou parou de trabalhar como psicanalista e, aos 76 anos, faleceu em Göttingen, na Alemanha.

O que acho mais bonito no que diz respeito a Salomé é a sua vida como um todo, a sua entrega às aventuras da vida e o não-medo que ela teve, é bonito, também, ler um pouco das suas obras e se sentir onde ela esteve por bastante tempo. Ela escreve com fervor, fazendo jus às emoções sentidas em tal momento. Ousada, sempre deu a cara à tapa, não teve medo de se entregar e de fazer o que mais gostava, além da ausência de temor pra defender o que lhe era aprazível. Ela simplesmente quebrou regras em uma época na qual a mulher já nascia com seu papel de "dona do lar", a sujeição e resignação dos tempos de hoje é só um nada tendo em vista tudo aquilo que era chamado de respeitoso e honroso nos anos em que Lou viveu.

Conheci Louise - por um acaso - no iniciozinho desse ano e logo comecei a pesquisar sobre ela e suas aventuras, me apaixonei mesmo quando soube que nada mais nada menos que Freud, criador da Psicanálise, lhe teria escrito: "você tem um olhar como se fosse Natal", além de outros grandes nomes da intelectualidade terem se achado de joelhos diante de uma mulher com tamanho poder de sedução. Já dá pra notar o quanto ela era incrível, né? Se ela vivesse nos dias de hoje eu só queria uma selfie com ela pra colar na minha testa e exibir pra todo mundo, sério. Digo com toda certeza do mundo que, hoje, ela é uma inspiração pra mim. Que bom que ela existiu.

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